Ontem não deu. Não consegui. Era muito o peso. Carregava-o há demasiado tempo. Sabia que já devia ter ido , para a estação de comboio aqui de Roma-Areeiro , e quando um comboio , daqueles da Fertagus, bem barulhentos , passasse, teria que gritar, berrar, bater com o pé no chão, bater com os dois pés nos chão.
Mas não, não aguentei , quando os principes , mais uma vez se tornaram reis e eu a sua súbdita. E ontem nem dei por isso. Mas eles sim. Sabem que basta pedirem-me duas vezes, que á terceira cedo. Sabem que eu não dou ordens, peço cem ,mil vezes ,até me ouvirem. Mas não, ontem , não.
Parei,desisti e disse -lhes o que eles não gostaram de ouvir, que não merecia, que me esforçava por eles, e eles por mim nada faziam.Que sendo assim, tambem iria fazer da mesma forma. Por isso, parei, calei-me, não por nao ter nada para dizer, mas porque me faltaram as forças. .Fiquei assim,apática, sem saber o que fazer, como reagir,
Por isso, ontem, lavaram os dentes, sussurraram qualquer coisa um ao outro e enfiaram-se na cama.
Antes, um de cada vez, abraçaram-me e pediram-me desculpa. Que iriam -se portar bem, dali para a frente.
E a força ,voltou, devagarinho, quando a princesa me segredou " não te zangues comigo mamã, senão quem é que me ata os atacadores dos meus sapatos?!" e entregou-me um papelinho amarelo, escrito "
amoto moito mama!"