- Onde é que estão as paredes, as janelas e o tecto? Aqui não há casa nenhuma! – voltou ela a insistir.
- Mas há uma porta! – afirmou o meu pai, atravessando-a cheio de simpatia de um lado para o outro. – Se não houvesse, não podíamos entrar nem sair.
Parece-me que ele tinha razão, embora não se percebesse muito bem para que é que servia uma porta que dava para sítio nenhum.
Talvez fosse divertido entrar e sair, sair e entrar por uma porta tão invulgar e sozinha no meio de nada.
Isso era quanto lhe b:astava. À minha mãe, não. Sentia-se perdida e ficou, de repente, muito triste.
O meu pai não a podia ver assim.:
- Uma porta é um começo. O resto arranja-se com facilidade.
*in «A porta», de José Fanha, ilustrações de Mónica Cid, edições Gailivro
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